6 de novembro de 2008

Inferno Astral



Que dia foi esse? Alguém pode me explicar?????

Sai para trabalhar as 6:30 da manhã, ou seja, impossível prever o tempo que faria ao longo do dia.
Fui de sandalinha rasteira e uma calça branca de algodão, larguinha a princípio.
Depois da maior correria no trampo consegui sair mais cedo pois tinha exame médico, as 18h, do lado de casa e precisava passar no laboratório para pegar o resultado de uns exames que precisava levar para a médica.
Tudo bem, o laboratório fica no meio do caminho entre o trampo e a minha casa.
Tudo bem se não tivesse caído o maior temporal no que coloquei as patinhas para fora do lab. e o manobrista não tivesse perguntado "onde está o seu carro senhora?". Pensei em responder "O meu mercedes está passando na av. nesse exato momento "senhor" e se eu não correr vou ter que pegar um bote", mas afinal ele foi simpático, achei que não merecia pagar o pato da minha má sorte.
Bom, eu não quis andar dois quarteirões até a Helio Pelegrino para pegar o ônibus, afinal estava cansada... deveria ter um ponto mais próximo ? Não, não é.
Andei 15 minutos na Av. Santo Amaro procurando um ponto de ônibus, não enxergava nenhum a uma altura amigável, mas em compensação as pessoas na rua enxergavam tudo em mim, afinal a minha calça branca já estava transparente e colada no corpo, consegui evitar que uma certa parte molhasse também, mas no final todo o meu esforço foi "por água abaixo".
Resolvi ligar para a minha mãe, era o que eu poderia fazer de mais sensato já que não tinha um puto para pegar taxi (até tinha um putinho mas este não me levaria até em casa), então... MANHÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!!!
Precisava desabafar com alguém naquele momento, ela chorava de rir e eu chorava de ódio.
Enquanto conversavamos, não contente com a chuva, um FDP me deu o maior banho de poça da vida... teria morrido afogada se não fosse o guarda-chuva.
Durante a conversa com a mami descobri que havia dinheiro em casa e resolvi pegar um taxi, que quase passou reto me dando outro banho de poça, quando viu o meu estado.

Bom, cheguei em casa a tempo de um banho e fui p/ a médica.

Mas fala sério, a galera lá em cima está de brincadeira comigo , só pode.

Se não começou o meu inferno astral então o meu astral está um inferno.

5 de novembro de 2008

Welcome!!!

Antigamente nós faziamos diários. Escondiamos-os a sete chaves, até mais se fosse preciso, como se nenhuma
amiguinha soubesse o que ali estava escrito (e é claro que sabiam, só não sabiam quando falavamos que ela era feia, gorda, brega pobrezinha, e teve um grande azar de ter nascido aquela espinha enorme no nariz no dia da festa da mariazinha, em fim... coisas que realmente não poderiam saber ou não seriam mais as nossas "amiguinhas")...a mãe então não podia nem sonhar. Colocavamos ali todos os nosso sentimentos, medos, sonhos, descobertas, besteirinhas do cotidiano que não faziam diferença nenhuma mas a gente queria ter certeza que lembraria depois. Como fazia bem poder descarregar todas aquelas emoções, que não eram poucas considerando que tudo era uma emoção naquela época, desde aquele esbarrão que demos na mão daquele menino lindo, do papel de bala, a primeira festinha, primeiro beijo, primeiro cigarro e até... pasmem... o primeiro absorvente (limpo ta gente, considerem o primeiro pacote de absorvente, ok). Praticamente nos trancavamos naquele caderninho com fechadura de coração. Só não sabíamos que melhor do que colocar para fora tudo aquilo, (mesmo que trancassemos depois), é compartilhar. É muito bom ouvir que aquele seu problema não é tão difícil de resolver, as vezes ouvir até a solução, quando você compartilha com alguém. Ver aquela risada gostosa das suas trapalhadas, ou compartilhar aquela alegria enorme que está sentindo por algo que aconteceu e ver que mais gente se alegra só por te ver alegre. Ou somente trocar idéias e pensamentos, experiências, desabafar e ouvir opiniões alheias sobre tudo isso. Pois só dessa forma, através dos olhares de outras pessoas, é que conseguimos nos ver com "outros olhos". Por isso cá estou, muitos anos após o meu "primeiro diário", fazendo um blog. Não sei do que vou falar, como posso saber?... a minha vida simplesmente acontece. Faço milhões de planos, trabalho, estudo, uma vida patéticamente comum mas que deixo solta e aberta para imprevistos. Posso dizer que praticamente todo dia tem um imprevisto que transforma aquele dia patético em mais um dia para ser lembrado. As vezes você entra no bar para comprar um cigarro e encontra alguém que não vê a muito tempo e já senta para bater um papo, ou entra no msn e convida aquela pessoa que você nunca imaginou que iria aparecer para tomar uma cerveja improvisada e essa pessoa não só aparece como torna a sua vida muito mais gostosa a partir dali.... Em fim, a vida é feita de momentos que não podemos deixar passar... e eu não abro mão do meus.
É deles que vou falar.
Saludos!